quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Meu héroi - por Djalma Ramos

Nasci em 3 de fevereiro de 1957 na cidade de Ourinhos,meus pais não tinham nem escola e nem dinheiro,nasci num lugar bem pobre e de parteira com oito meses de gestação,sei que minha mãe sofreu muito no meu parto,depois que eu cresci um pouquinho,meu pai começou a passear comigo em seu colo pra mostrar para os outros seu filho menino,segundo minha mãe,ele andava todo orgulhoso,claro que tudo isso não tenho em minha memória,mas tenho lembranças de quando eu era bem pequenino, e uma destas lembranças foi quando agente passava muitas necessidades,e as vezes não tinha o que comer,meu pai andava pelas beiras de estradas procurando plantações de mandioca de de abóbora,e quando encontrava trazia pra comermos, minha mãe fazia mandioca cozida as vezes frita, e até mandioca com açúcar, também tinha abobora cozida,meu pai sofria pois ele não ganhava muito bem para comprar do bom e do melhor,minha mãe dizia "Adauto um dia vamos dar rizada desta situação".

Meu pai trabalhou numa pedreira em S.Pedro do Turvo,minha mãe era costureira,mas costureira naquela época ganhava muito pouco pois as mulheres quase todas aprendiam este oficio,mas ela conseguiu fazer uma pequena economia,foi tão pequena que deu só pra comprar um sapatinho pra mim,o nome do sapatinho "comiqueto"kkkkkkkk,a côr vermelho com um botão branco,me lembro que quando ganhei fiquei super contente pois era meu primeiro sapatinho. Vesti o sapatinho e sai correndo direto para a pedreira para mostrar para o meu pai o presente que eu tinha ganho,pela minha lembrança meu pai ficou muito feliz, e me senti todo cheio de estar ali compartilhando aquele momento com meu herói.

Nesta mesma época nasceu meu irmão,mais um menino. Eu tinha um pouco mais de 3 anos meu pai começou a trabalhar numa fabrica de óleo que ficava na Rodovia Raposo Tavares,todos os dias minha mãe tinha que levar o almoço pra ele,levava numa marmita, me lembro quando ao longe antes de atravessarmos a rodovia,eu avistava meu herói,quando agente chegava perto dele eu olhava pra cima e via aquele gigante,um homem bonito e forte,me sentia importante pois ali estava meu porto seguro,agente voltava pra casa e eu não via a hora de chegar a noitinha pra eu ver novamente meu herói.

Passado mais algum tempo meu pai foi trabalhar em uma outra empresa,era um atacadista que distribuía vários tipos de produtos ao comércio de toda a região, meu pai era entregador,e saqueiro ou seja ele viajava de caminhão para entregar as mercadorias e também carregava os caminhões,e muitas vezes tinha que carregar os caminhões de sacos de farinha,açúcar e outros produtos,estes sacos pesava de 50 a 60 quilos. Algumas vezes minha mãe levava eu e meu irmão pra gente ver meu pai carregar os caminhões,ficávamos de frente a empresa assistindo aquele homem carregando aqueles caminhões,me lembro bem,dentro de um salão ficava empilhados centenas de sacos de açúcar cada um com seus 60 quilos,um homem pegava aqueles sacos e jogava um por um para meu pai agarrar e depois ele tinha que jogar para outro homem que ficava em cima da carroceria do caminhão,eu via aquelas cenas e ficava vislumbrado de ver a força de meu herói,como era bonito,pra mim ele era o homem mais forte do mundo. 

Quando eu chegava em casa eu ia brincar de ser meu pai,pegava todos os travesseiros fazia da cama como se fosse a carroceria do caminhão,e imitava meu pai,o travesseiro era o saco,eu pegava cada travesseiro e jogava em cima da cama,eu imaginava que em cima da cama tinha um outro"homem" e gritava segura mais este e jogava o travesseiro imaginando que era um saco de açúcar de 60 quilos,vem agora em minha memória a felicidade que eu menino de 5 anos sentia de brincar de ser meu pai.

Quando ele chegava, estava super cansado,eu sentia um cheiro forte de suor, era o cheiro de pai,ele entrava tomava um banho e ligava o rádio para ouvir a voz do Brasil,e depois ouvia o Repórter Esso,e eu ficava do seu lado,cheio de orgulho de estar ali pertinho daquele gigante.

Uma das recordações que tenho de minha infância era a criatividade que eu tinha para brincar,a situação financeira ainda era grande,e meus pais não tinha condição de comprar brinquedos para mim e para meu irmão,então eu fazia de um toco,ou um tijolo um belo brinquedo na imaginação,um dia na época de natal meu pai me contou que tinha um velhinho de barba branca que dava brinquedos para as crianças na noite de natal,e me perguntou o que eu queria ganhar,eu falei que queria ganhar um carrinho,então meu pai me disse que eu e meu irmão tinha que deixar nossos sapatinhos em baixo da cama que o velhinho de barba branca o papai noel deixaria juntos dos sapatinhos um presente, eu meu irmão dormíamos na mesma cama.

Ficamos alegres,e também ansiosos para que chegasse logo a noite de natal,eu falei pro meu pai que eu não iria dormir enquanto não visse o papai noel. Chegado a noite de natal,colocamos nossos sapatinhos em baixo da cama,meu coração batia acelerado,meus pensamentos estava cheio de imaginações,eu queria ficar acordado,mas o sono veio e eu meu irmão dormimos. Quando amanheceu olhei em baixo da cama e la estava dois carrinhos de madeira,o meu era uma ambulancinha,branquinha com cruzinhas pintadas de vermelho,peguei o carrinho pulei da cama e sai correndo, gritando: O papai noel veio,ele me deu um carrinho,papai,mamãe olhem o carrinho,papai noel veio.Era uma das maiores alegrias que até então eu sentia na minha vida.Em outros natais aconteceu a mesma coisa,da mesma forma,e eu nunca conseguia ficar acordado pra ver o papai noel.Mas um dia falaram pra mim que papai noel não existe,e pensei que ele realmente não existia. Mas ele existi,descobri que o papai noel que deixava os presentes em baixo da cama era o meu herói o meu pai,então papai noel existi sim,e pra mim ele vai sempre existir,ele não é velhinho de barba branca,mas é meu papai noel de verdade,e muitos presentes me deu,principalmente o presente da dignidade,de como ser honesto,e o maior presente que ele me deu foi:..... ele mesmo.

Era o começo da década de 60,um tempo bem diferente do tempo de hoje,a comunicação mais fluente era o rádio,recordo que meu pai conseguiu comprar um radio,era daquele aparelho grande com varias faixas,tinha até tocador de disco,para nós foi uma festa,imagine na minha casa tinha um radio.Digo que com este radio meu pai me fez gostar de futebol,me lembro de meu pai torcendo para o Brasil na copa de 62,e o Brasil foi bi-campeão do mundo. Meu pai ouvia todos os jogos do Palmeiras,e me colocava em seu colo para torcermos juntos,também foi pelo radio que rezávamos, ouvíamos musicas caipiras. Todos os dias esperávamos meu pai chegar do serviço para ouvirmos o rádio.

Naquele tempo quando chegava o final o domingo,era o dia de macarronada com frango e de tomar tubaina,depois do almoço a tarde eu e meu pai íamos assistir jogo no Ourinhense,outras vezes,com minha mãe e meu irmão agente ia no auditório da Radio Clube assistir o programa do Zé Gogoy,programa sertanejo,meu nos levava para assistir filmes no Cine Ourinhos,mas o passeio mais gostoso era quando íamos na praça Mello Peixoto,meus pais ficavam sentados no banco da praça,comprava para nós pipoca,depois eu e meu irmão corríamos por toda a praça,sem contar as muitas vezes que os passarinhos da praça faziam cocô em nossas cabeças,meu pai e minha mãe riam muito.

Meu pai gostava muito de jogar futebol,quando ele era solteiro ele era goleiro do time de São Pedro do Turvo,diziam os mais antigos que ele foi o melhor goleiro,muitas vezes ele ia jogar e me levava no campo para segurar suas roupas,e eu ficava sentado na beira do campo assistindo não o jogo mas sim assistindo o meu pai,minha admiração era tanta que pra mim era só ele quem estava no campo,eu dizia pra todos meu pai era melhor que o Péle e o Garrincha,imagine!!!!!! mas ele era o meu herói.

Quando eu era criança tinha muito medo de que meu pai morresse,eu não podia aceitar que aquele que eu tanto amava poderia um dia partir.Se quando do nascimento Deus me dissesse:La na terra ha milhares de homens te esperando pra vc escolher para ser seu pai,com certeza eu iria encontrar um homem chamado Adauto Pereira Ramos.Sem demagogia para mim nunca vai existir um homem como meu pai,ele transpirava simplicidade e honestidade,um homem que nunca vi soltar um palavrão,que nunca teve inimigo,que nunca deixou magoas,que sempre foi leal em tudo que fazia,que nunca traiu minha mãe,que nunca deixou de se preocupar e zelar com a familia,meu pai meu grande herói,não me deixou herança material,mas deixou a herança de como ser gente.Nunca tive vergonha de ser filho,e com meus 56 anos de idade não deixei de dar-lhe carinho com beijos e abraços,não deixei de passear com ele,de bater papo sentados na varanda de sua casa,de torcer pelo palmeiras,de pedir conselhos,com meus 56 anos sendo avô eu ainda era aquela mesma criança com muito medo de perde-lo. 




Obrigado meu querido pai por tudo que me deste e por tudo que me ensinou,obrigado por ter sido fiel em tudo que fizeste,obrigado por ter nos ensinados a perdoar e pedir perdão,obrigado pelo seus testemunhos e atitudes que fez de mim um homem cristão,hoje sei que não esta mais aqui entre nós como humano,mas sei que esta no céu e vai interceder sempre por nós. Bença pai

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Confiar sempre - O amor lança fora todo temor

Ela o segurava nos braços, debaixo de um sol forte e em meio à agitação própria da cidade grande; ele dormia sereno e calmo, pois estava seguro de que nada poderia atingi-lo. Essa cena não faz parte de um filme, é real e, apesar de tê-la contemplado há algum tempo, ainda hoje me recordo claramente dela. No ponto de ônibus, uma mãe, com ar de preocupada, segurava seu filho nos braços enquanto mantinha os olhos fixos nos ônibus que chegavam e saíam sem parar. Um deles poderia ser o seu e ela não poderia nem sequer pensar em perdê-lo. Observei que, apesar da agitação própria do local e da preocupação aparente da mãe, a criança dormia tranquila e sossegada. Sem palavras parecia dizer: "Nada temo, pois os braços que me seguram são de alguém que me ama".

Naquele dia, a cena foi um pretexto para Deus falar comigo. Já observou que quando não paramos para ouvir a voz de Deus, por meio da oração, Ele nos fala pelos fatos? No meu caso, eu estava vivendo um tempo de muita correria no trabalho, já não conseguia rezar como antes e queria resolver todas as coisas com minhas forças. Quando ocupamos o lugar de Deus é isso que acontece. Com aquela situação, o Senhor foi me mostrando que eu precisava confiar mais no amor d'Ele. Precisava viver a atitude daquela criança, ou seja, abandonar-me. Na verdade, precisava amá-Lo mais e deixar-me amar por Ele, pois só confia quem verdadeiramente ama, e quem ama consequentemente confia.

http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13083

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cristo Folia - Canitar





Cristo folia foi um evento organizado em Canitar, onde pudemos, como irmãos em Cristo, passar a noite de carnaval.

Noite abençoada e maravilhosa

Clique no link "mais informações" e veja as fotos desta noite!!!






Formação - Gênesis

Curso de Formação - Forania de Ourinhos
Catedral
Estudo sobre o livro do Gênesis

clique em "mais informações" e confira as fotos desta noite maravilhosa!!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Como viver a Quaresma


Quaresma é o período de 40 dias de penitência que precedem a festa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Como 40 dias se, contando, medeiam 46 entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa? Simplesmente porque os domingos não podem ser dias de penitência, de modo que são excluídos da contagem. Cada domingo é uma pequena Páscoa, “dia em que, por tradição apostólica, celebra-se o mistério pascal” (cânon 1.246 do Código de Direito Canônico), devendo ser evitada qualquer atitude que exprima tristeza. Assim, descontados os domingos entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa da Ressurreição medeiam 40 dias.

Segundo São Roberto Belarmino e Cornélio a Lápide, foram os próprios apóstolos quem instituíram a Quaresma, para nos prepararmos dignamente a fim de celebrar a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a máxima festa do Cristianismo.
Os 40 dias da observância quaresmal são carregados de simbolismo. 40 dias e 40 noites Nosso Senhor passou em rigoroso jejum no deserto (cf. Mt 4,1-2; Mc 1,12-13; Lc 4,1-2). Também por 40 anos o povo de Israel errou pelo deserto, antes de entrar na Terra Prometida (cf. Dt 8,2). 40 é o número das virtudes cardeais (quatro: castidade, paciência, justiça e prudência) e dos evangelistas, multiplicado pelo número dos Dez Mandamentos. A Quaresma é, finalmente, um grande símbolo de nossa vida terrena que, no fim das contas, não passa de uma preparação para a nossa própria Páscoa – «Memento, homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris» (Gn 3,19): "Lembra-te, homem, que és pó, e em pó te hás de tornar".


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vivendo a Quaresma

Dentre todas as solenidades cristãs, o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal, porque devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. É por isso que foi instituída a Quaresma, um tempo de quarenta dias para chegar dignamente à celebração do Tríduo Pascal.

A Quaresma, como prática obrigatória, foi instituída no século IV, mas, desde sempre, os cristãos se preparavam para a Páscoa com uma oração intensa, jejum e penitência. O número de quarenta dias tem um significado simbólico-bíblico: quarenta são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no Monte Sinai, das tentações de Jesus. Guiados por esse tempo e pelas práticas - como que guiados por uma bússola -, buscamos os tesouros da fé para crescer no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Cf. Joel 12, 12-13).

fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13081